LEGENDA

domingo, 1 de maio de 2011

Ensinar e aprender na escola: O que sabemos hoje?

Texto original: Graça Novais em 01-05-2011
Duas ações pedagógicas dizem respeito ao trabalho em educação, o ensinar”, almejando, conseqüentemente o “aprender”. Ambas debatidas no decorrer dos tempos, ora investigando métodos de apropriação e construção de saberes, ora pleiteando a inscrição histórica dos sujeitos do processo educativo num mundo em constante transformação, ou ainda, para que ocorra uma compreensão da dinâmica interativa e progressiva desses dois pontos, que visam cumprir a função social da Escola, de: facilitar o acesso ao conhecimento e promover o desenvolvimento de seus estudantes.
Todos em uma Unidade Escolar devem estar de acordo sobre a forma de se desenvolver o processo  ensino-aprendizagem. Para tanto,  é essencial ter em mente os pressupostos filosóficos básicos de construção de conhecimentos e os fatores que facilitam a aprendizagem daqueles que a intentam. Quando se trata de desenvolvimento, entende-se no âmbito intelectual, físico e afetivo, contudo nem sempre fora assim. Hoje, sabe-se que as atividades a serem desenvolvidas deverão ser definidas a partir das demandas e exigências da aprendência  e não da ensinagem.
Desde os antigos gregos, compreendia-se a aprendizagem por maturação ou percepção. Por maturação o saber era inato, trazido consigo de berço, Sócrates dizia: conhece-te a ti mesmo. Estando o saber no interior, carecia exercitar a maiêutica. A visão inatista foi superada,  uma vez que via a aprendizagem como um processo de maturação, estimulando-se o surgimento do já posto no indivíduo, um depósito apriorístico da verdade a ser explicitada. E por percepção, imaginava-se que tudo o que se aprendia vinha do intelecto pelos sentidos, “nada está no intelecto que não tenha estado nos sentidos” dizia Aristóteles, era passivamente adquirido, transposto para o indivíduo, sendo esse um depósito vazio, onde as informações seriam depositadas. Para os behavioristas ou ambientalistas a variável mais forte era o ambiente e dizem que todas as vezes em que se aprende há desenvolvimento.
Construtivismo, uma outra forma de entender a aprendizagem, segundo os piagetianos. Esta acontece na relação estabelecida entre os seres humanos e o ambiente em que vivem, havendo uma interação, porém pontuam que só após um certo nível de desenvolvimento haverá aprendizagem, sem ele não é possível aprender.  Entretanto, entre os Vygotskianos e os Wallonianos a aprendizagem se dá na dimensão social, ou seja, na convivência com o outro. É por meio da relação interpessoal, que se tem acesso à experiência coletiva. Assim, os sociointeracionistas entendem que a aprendizagem promove o desenvolvimento, na medida em que, ao aprender, constroem-se novos níveis de conhecimento, há entre estes relações dinâmicas e complexas, um promovendo e dando sustentação ao outro. Aqui concebe-se a ajuda a partir do que já se alcançou para o que ainda se pode alcançar, identificado-se ZDPs.

O ensino se bem organizado impulsiona, também, o desenvolvimento do estudante, porém esse deve ser visto como alguém que contribui para a sua aprendizagem de forma "ativa", implicando uma revolução na forma de conceber o ensino, alterando a postura do professor e da equipe gestora. Professor mediador entre os alunos e o conhecimento e facilitador da aprendizagem, tornando-se essa, um processo ativo que requer a reconstrução tanto de novos conhecimentos como de formas de pensar e tomar decisões.